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Formação-Escola de Dirigentes do Cursilho-16-5-12
Formação-Escola de Dirigentes do Cursilho-16-5-12


  • DIES DOMINI
    DO SUMO PONTÍFICE
    JOÃO PAULO II
  • SOBRE A SANTIFICAÇÃO
  • DO DOMINGO
  • 31 de Maio, solenidade de
  • Pentecostes, de 1998
  • Introdução
  • Capítulo I 
    DIES DOMINI
  • Capítulo II 
    DIES CHRISTI
  • Capítulo III 
    DIES ECCLESIAE
  • DIES HOMINISCapítulo IV 
  • Capítulo V 
    DIES DIERUM
  • Conclusão
  • Introdução
  • O domingo, de fato, recorda, no ritmo semanal do tempo, o dia da ressurreição de Cristo. É a Páscoa da semana, na qual se celebra a vitória de Cristo sobre o pecado e a morte, o cumprimento n'Ele da primeira criação e o início da « nova criação » (cf. 2 Cor5,17).
  • É convite a reviver, de algum modo, a experiência dos dois discípulos de Emaús, que sentiram « o coração a arder no peito », quando o Ressuscitado caminhava com eles, explicando as Escrituras e revelando-Se ao «partir do pão » (cf. Lc 24,32.35).
  • Com grande entusiasmo dizia S. Jerónimo: « O domingo é o dia da ressurreição, é o dia dos cristãos, é o nosso dia ». De fato, ele é para os cristãos o « principal dia de festa ».
  • A evolução das condições sócio-econômicas acabou por modificar profundamente os comportamentos colectivos e, consequentemente, a fisionomia do domingo. Impôs-se amplamente o costume do « fim de semana », entendido como momento semanal de distensão, transcorrido, talvez, longe da morada habitual e caracterizado, com frequência, pela participação em atividades culturais, políticas e esportivas, cuja realização coincide precisamente com os dias festivos.
  • Aos discípulos de Cristo, contudo, é-lhes pedido que não confundam a celebração do domingo, que deve ser uma verdadeira santificação do dia Senhor, com o « fim de semana » entendido fundamentalmente como tempo de mero repouso ou de diversão.
  • Por causa das dificuldades sociológicas mencionadas e talvez da falta de fortes motivações de fé, registra-se uma porcentagem significativamente baixa de participantes na liturgia dominical. Na consciência de muitos fiéis parece enfraquecer não só o sentido da centralidade da Eucaristia, mas até mesmo o sentido do dever de dar graças ao Senhor, rezando-Lhe unido com os demais no seio da comunidade eclesial.
  • CAPÍTULO I
    DIES DOMINIA

A celebração da obra do Criador

« Tudo começou a existir por meio d'Ele » (Jo 1,3)

  • O domingo, segundo a experiência cristã, é sobretudo uma festa pascal, totalmente iluminada pela glória de Cristo ressuscitado. É a celebração da « nova criação ».
  • Esta perspectiva cristocêntrica, que se estende sobre todo o arco do tempo, estava presente no olhar comprazido de Deus quando, no fim da sua obra, « abençoou o sétimo dia e santificou-o » (Gn2,3). Nascia então — segundo o autor sacerdotal da primeira narração bíblica da criação — o « sábado », que caracteriza profundamente a primeira Aliança e, de algum modo, preanuncia o dia sagrado da nova e definitiva Aliança.

«No princípio, Deus criou os céus e a terra» (Gn 1,1)

  • « Deus viu que isto era bom » ( 1,10.12, etc.). Este refrão, que acompanha a narração, , deixando, ao mesmo tempo, vislumbrar o segredo para a sua justa compreensão e possível regeneração: e, após a sua deturpação pelo pecado, torna a ser bom quando, com a ajuda da graça, volta àquele que o criou.Gnprojeta uma luz positiva sobre cada elemento do universoo mundo é bom, na medida em que permanece ancorado à sua origem
  • O « shabbat »: o repouso jubiloso do Criador

                Se, na primeira página do Gênesis, o «trabalho» de Deus é exemplo para o homem, é-o igualmente o seu « repouso »: « Deus repousou, no sétimo dia, do trabalho por Ele realizado » (Gn2,2).

  • O repouso divino do sétimo dia não alude a um Deus inativo, mas sublinha a plenitude do que fora realizado, como que a exprimir a paragem de Deus diante da obra «muito boa» ( 1,31) saída das suas mãos, para lançar sobre ela : um olhar « contemplativo », que não visa novas realizações, mas sobretudo apreciar a beleza de quanto foi feito;Gnum olhar repleto de jubilosa complacência
  • «Deus abençoou o sétimo dia e santificou-o» (Gn 2,3)
  • Concebendo este mandamento no horizonte das estruturas fundamentais da ética, Israel e, depois, a Igreja mostram que não o consideram uma simples norma de disciplina religiosa comunitária, mas , anunciada e proposta pela revelação bíblica.uma expressão qualificante e imprescindível da relação com Deus
  • É nesta perspectiva que tal preceito há-de ser, também hoje, redescoberto pelos cristãos. Se possui também uma convergência natural com a necessidade humana de repouso é, contudo, à fé que é preciso fazer apelo para captar o seu sentido profundo, evitando o risco de banalizá-lo e traí-lo.
  • Portanto, o dia do repouso é tal primariamente porque é o dia « abençoado » por Deus e por Ele « santificado », isto é, separado dos demais dias para ser, de entre todos, o « dia do Senhor ».
  • Na verdade, a vida inteira do homem e todo o seu tempo, devem ser vividos como louvor e agradecimento ao seu Criador. Mas a relação do homem com Deus necessita também de momentos explicitamente de oração, nos quais a relação se torna diálogo intenso, envolvendo toda a dimensão da pessoa. O «dia do Senhor» é, por excelência, o dia desta relação, no qual o homem eleva a Deus o seu canto, tornando-se eco da inteira criação.
  • « Recordar » para « santificar »
  • O mandamento do Decálogo, pelo qual Deus impõe a observância do sábado, tem, no livro do êxodo, uma formulação característica: «Recorda-te do dia de sábado, para o santificares» (20,8).
  • E mais adiante, o texto inspirado dá a razão disso mesmo, apelando-se à obra de Deus: «Porque em seis dias o Senhor fez o céu, a terra, o mar e tudo quanto contém, e descansou no sétimo; por isso o Senhor abençoou o dia de sábado e santificou-o» (v. 11). Antes de impor qualquer coisa a ser praticada, o mandamento indica algo a recordar.
  • Passagem do sábado ao domingo
  • Os cristãos, apercebendo-se da originalidade do tempo novo e definitivo inaugurado por Cristo, assumiram como festivo o primeiro dia depois do sábado, porque nele se deu a Ressurreição do Senhor.
  • Do « sábado » passa-se ao « primeiro dia depois do sábado », do sétimo dia passa-se ao primeiro dia: odies Domini torna-se o dies Christi!
  • CAPÍTULO II
    DIES CHRISTI

                O dia do Senhor ressuscitado e do Dom do Espírito

A Páscoa Semanal

  • « Nós celebramos o domingo, devido à venerável ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo, não só na Páscoa, mas inclusive em cada ciclo semanal »: assim escrevia o Papa Inocêncio I, nos começos do século V, testemunhando um costume já consolidado, que se tinha vindo a desenvolver logo desde os primeiros anos após a ressurreição do Senhor.
  • O primeiro dia da semana
  • Doravante isto será uma das características que distinguirão os cristãos do mundo circunstante. Já o apontava, ao início do segundo século, o governador da Bitínia, Plínio o Jovem, constatando o hábito dos cristãos « se reunirem num dia fixo, antes da aurora, e entoarem juntos um hino a Cristo, como a um deus ».
  • Progressiva distinção do sábado
  • Em algumas comunidades, podia-se registrar a Bem cedo, porém, se começou a diferenciar os dois dias de forma cada vez mais nítida, sobretudo para fazer frente às insistências daqueles cristãos que, vindos do judaísmo, eram favoráveis à conservação da obrigação da Lei Antiga.coexistência da observância do sábado com a celebração dominical.
  • O dia da nova criação
  • evidenciou-se a ligação especial que existe entre a ressurreição e a criação. Era, de fato, natural para a reflexão cristã relacionar a ressurreição, acontecida « no primeiro dia da semana », com o primeiro dia daquela semana cósmica (cf. Gn 1,1-2,4) em que o livro do Gênesis divide o evento da criação: o dia da criação da luz (cf. 1,3-5).
  • O oitavo dia, imagem da eternidade
  • O domingo é o prenúncio incessante da vida sem fim, que reanima a esperança dos cristãos e os estimula no seu caminho.
  • A celebração do domingo, dia simultaneamente « primeiro » e « oitavo », orienta o cristão para a meta da vida eterna.
  • O dia de Cristo-luz
  • Reunindo-se neste dia, a Igreja, de geração em geração, torna própria a admiração de Zacarias, quando dirige o olhar para Cristo anunciando-O como « o sol nascente para iluminar os que se jazem nas trevas e na sombra da morte » ( 1,78-79), e vibra em sintonia com a alegria experimentada por Simeão quando tomou em seus braços o Deus Menino enviado como « luz para iluminar as nações » ( 2,32).Lc
  • O dia do dom do Espírito
  • A « Páscoa da semana » torna-se assim, de certa forma, « Pentecostes da semana », no qual os cristãos revivem a experiência feliz do encontro dos Apóstolos com o Ressuscitado, deixando-se vivificar pelo sopro do seu Espírito.
  • O dia da fé
  • Por todas estas dimensões que o caracterizam, o domingo revela-se como o dia da fé por excelência.
  • Acolhendo a Palavra e recebendo o Corpo do Senhor, ele contempla Jesus ressuscitado, presente nos « sinais sagrados », e confessa com o apóstolo Tomé: « Meu Senhor e meu Deus! » (Jo 20,28).
  • Um dia irrenunciável!
  • A celebração do domingo cristão, pelos significados que evoca e as dimensões que implica, relativamente aos fundamentos mesmos da fé, permanece um elemento qualificante da identidade cristã.
  • CAPÍTULO III
    DIES ECCLESIA

A assembleia eucarística, alma do domingo

A presença do Ressuscitado

                Se o domingo é o dia da ressurreição, ele não se reduz à recordação de um acontecimento passado: é a celebração da presença viva do Ressuscitado no meio de nós.

  • A assembleia eucarística
  • De modo significativo, o Catecismo da Igreja Católica ensina que « a celebração dominical do Dia e da Eucaristia do Senhor está no centro da vida da Igreja ».
  • O dia da Igreja
  • Desta forma, o dies Domini é também o dies Ecclesiae. Assim se compreende porque a dimensão comunitária da celebração dominical há-de ser especialmente sublinhada, no plano pastoral. De entre as numerosas actividades que uma paróquia realiza — como tive ocasião de recordar, noutra altura — « nenhuma é tão vital ou formativa para a comunidade, como a celebração dominical do dia do Senhor e da sua Eucaristia ».
  • A mesa da Palavra
  • Na assembleia dominical, como, aliás, em toda a Celebração Eucarística, o encontro com o Ressuscitado dá-se através da participação na dupla mesa da Palavra e do Pão da vida.
  • O Concílio Vaticano II estabeleceu também que « se prepare para os fiéis, com maior abundância, a mesa da Palavra de Deus: abram-se mais largamente os tesouros da Bíblia ». Depois, ordenou que, nas missas do domingo e das festas de preceito, a homilia não seja omitida, a não ser por motivo grave. 
  • Deus, quando comunica a sua Palavra, espera a nossa resposta: resposta que Cristo já deu por nós com o seu « Amém » (cf. 2 Cor 1,20-22), e que o Espírito Santo faz ressoar em nós, de modo que a palavra ouvida comprometa profundamente a nossa vida. 
  • A mesa do Corpo de Cristo
  • « Na Eucaristia, o sacrifício de Cristo torna-se também o sacrifício dos membros do seu Corpo. A vida dos fiéis, o seu louvor, o seu sofrimento, a sua oração, o seu trabalho unem-se aos de Cristo e à sua total oblação, adquirindo assim um novo valor ». Esta participação da comunidade inteira assume uma visibilidade particular na assembléia dominical, que permite trazer ao altar a semana que passou com todo o peso humano que a caracterizou.
  • Banquete pascal e encontro fraterno
  • É importante ganhar uma viva consciência de quanto a comunhão com Cristo está profundamente ligada à comunhão com os irmãos. A assembléia eucarística dominical é , que a celebração deve justamente fazer ressaltar, embora no respeito do estilo próprio da ação litúrgica.um acontecimento de fraternidade
  • Da Missa à « missão »
  • Tal como sucedeu com os discípulos de Emaús que, depois de terem reconhecido Cristo ressuscitado na « fração do pão » (cf. Lc 24,30-32), sentiram a exigência de ir imediatamente partilhar com seus irmãos a alegria de terem encontrado o Senhor (cf. Lc 24,33-35).
  • O preceito dominical
  • Sendo a Eucaristia o verdadeiro coração do domingo, compreende-se por que razão, desde os primeiros séculos, os Pastores não cessaram de recordar aos seus fiéis a necessidade de participarem na assembléia litúrgica. « No dia do Senhor, deixai tudo — declara, por exemplo, o tratado do século III denominado  — e zelosamente correi à vossa assembléia, porque é o vosso louvor a Deus.Didaskália dos Apóstolos
  • Caso contrário, que desculpa terão junto de Deus aqueles que não se reúnem, no dia do Senhor, para ouvir a palavra de vida e nutrir-se do alimento divino que permanece eternamente? ». 
  • Uma vez que a participação na Missa é uma obrigação dos fiéis, a não ser que tenham um impedimento grave, impõe-se aos Pastores o relativo dever de oferecer a todos a possibilidade efetiva de satisfazer o preceito.
  • Celebração jubilosa e animada pelo canto
  • Com este objetivo, é importante dar a devida atenção ao canto da assembléia, já que este é particularmente apto para exprimir a alegria do coração, faz ressaltar a solenidade e favorece a partilha da única fé e do mesmo amor.
  • Outros momentos do domingo cristão
  • vida de família, relações sociais, horas de diversão —, um estilo tal que ajude a fazer transparecer a paz e a alegria do Ressuscitado no tecido ordinário da vida.
  • Transmissões radiofónicas e televisivas
  • Em muitos países, a televisão e a rádio oferecem a possibilidade de unir-se a uma Celebração eucarística na própria hora em que está a realizar-se num lugar sagrado. Obviamente, este gênero de transmissões não permite, por si mesmo, satisfazer o preceito dominical, que requer a participação na assembléia dos irmãos, congregando-se num mesmo lugar, e a conseqüente possibilidade da comunhão eucarística.
  • CAPÍTULO IV
    DIES HOMINIS

                O domingo: dia de alegria, repouso e solidaridade

  • A « alegria plena » de Cristo
  • Os cristãos viveram o dia semanal do Senhor ressuscitado sobretudo como dia de alegria. « Que todos estejam alegres, no primeiro dia da semana »: lê-se na Didaskália dos Apóstolos.
  • O dia do descanso
  • Durante alguns séculos, os cristãos viveram o domingo apenas como dia do culto, sem poderem juntar-lhe também o significado específico de descanso sabático. Só no século IV é que a lei civil do Império Romano reconheceu o ritmo semanal, fazendo com que, no « dia do sol », os juízes, os habitantes das cidades e as corporações dos diversos ofícios parassem de trabalhar.
  • CAPÍTULO V
    DIES DIERUM

O domingo: festa primordial, reveladora do sentido do tempo

  • O domingo no ano litúrgico
  • o domingo constitui o modelo natural para se compreender e celebrar aquelas solenidades do ano litúrgico, cujo valor espiritual para a existência cristã é tão grande que a Igreja decidiu sublinhar a sua importância, impondo aos fiéis a obrigação de participar na Missa e observar o descanso, mesmo quando coincidem em dia de semana. 
  • CONCLUSÃO
  • É de importância verdadeiramente capital que cada fiel se convença de que não pode viver a sua fé, na plena participação da vida da comunidade cristã, sem tomar parte regularmente na assembléia eucarística dominical.
  • Instituído para amparo da vida cristã, o domingo adquire naturalmente também um valor de testemunho e anúncio. Dia de oração, de comunhão, de alegria, ele repercute-se sobre a sociedade, irradiando sobre ela energias de vida e motivos de esperança.
  • Confio o acolhimento frutuoso desta Carta Apostólica pela comunidade cristã à intercessão da Virgem Santa. Sem nada tirar à centralidade de Cristo e do seu Espírito, Ela está presente em cada domingo da Igreja.

 

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